domingo, 29 de novembro de 2020
Subversão
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Escrever...
O escritor José Roberto Pereira ocupa a cadeira n.º 12 da Academia de Letras de Pará de Minas
No Instagram: https://www.instagram.com/emdiacomapoesia/
No Facebook: https://www.facebook.com/emdiacomapoesiaquinta-feira, 12 de novembro de 2020
Lá
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Amanhecer, entardecer!
AMANHECER com um sorriso, ENTARDECER sem tristeza e apreciar o céu em sua magnífica beleza!
AMANHECER na Graça de Deus,
ENTARDECER com uma viola e cantar no perfume de uma paixão!
AMANHECER com a força da
oração, ENTARDECER com o amor no coração!
AMANHECER sempre com uma
flor nas mãos, ENTARDECER sentindo o perfume de uma admiração!
AMANHECER com a força de uma
vida, ENTARDECER com a pulsação forte de mais uma vitória merecida!
AMANHECER com a felicidade
distribuída, ENTARDECER com uma gratidão recebida!
AMANHECER no jardim da
eternidade, ENTARDECER no caminho da verdade!
AMANHECER com a luz em todo
o seu ser, ENTARDECER sem deixar a escuridão te envolver!
AMANHECER para a humildade
te enriquecer, ENTARDECER para a vaidade não te empobrecer!
AMANHECER para o caminho seguir,
ENTARDECER para o objetivo conseguir!
AMANHECER sempre que Deus te
permitir, mas ENTARDECER sempre que Ele te dirigir!
AMANHECER para de novo
nascer e ENTARDECER para de novo continuar a viver!
AMANHECER para sempre amar,
ENTARDECER para sempre se apaixonar!
AMANHECER junto de uma
paixão e ENTARDECER ao seu lado com prazer!
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Metanóia - Intervenção Poética: carta a uma estudante de Psicologia
Querida Estudante,
Sofri ao ver as notícias nos jornais e perceber a luta interna dentro de você!
Sei que está muito impressionada com todo o quadro de violência social, inclusive, a velada, pois, como me disse, acabou de estudar sobre a importância da família, o papel do Pai e da Mãe, a fase da adolescência e de sua contestação social etc.
Diante do quadro de uma provável e iminente morte, a necessidade de espera dos Bombeiros... a falta de profissionais de saúde em todo o sistema etc.
Não se conforma com as “selfies” feitas pelas pessoas ao lado de quem está, literalmente, agonizante! Diga-se, duplamente, não é mesmo?
Sei que organizou, junto com outras quatro amigas, uma passeata silenciosa na Universidade... (inspirada em Gandhi, em sua resistência passiva?!)
Parabenizo-lhes por terem saído das raias do medo, pela iniciativa, pela capacidade de indignação, de se colocarem no lugar do outro, por vencerem o torpor da inércia, enfim, pela ação!
(In)felizmente, todos cumpriram seus deveres! E a pessoa adolescente... morreu!
(Aqui, abre-se um parêntese e pergunta-se:
- quantos adolescentes, especificamente, negros e negras são, diariamente, sacrificados?
- A prática da violência do racismo silencioso?
- Da homofobia?
- Quantas mulheres se “auto-exterminam” cotidianamente?
- O terrorismo no mundo?
- O que leva uma pessoa jovem a estar na rua, assaltando, ao invés de estar na escola?
- Estupros em Igrejas e Universidades? Estupros coletivos?
- Será que a Sociedade cumpre o seu papel?
- Será a luta diária pelo pão?
- A falta de reestruturação do currículo?
- As drogas?
- A ausência da família?
Repito: o que leva uma pessoa jovem a estar na rua, assaltando, ao invés de estar na escola?
- Será que a Sociedade cumpriu o seu papel?
- E a polícia: diante da falha eminentemente social, vai carregar o peso na sua vida e em sua alma, pelo estrito cumprimento de um dever!
Vale lembrar-se das pessoas de bem que são diariamente assaltadas em ponto de ônibus e dependem de transporte e segurança pública para a sobrevivência...
- E os estudantes?
- A violência na porta de uma escola? De uma Universidade!
- A inércia das pessoas à espera dos Bombeiros! As “selfies”! Mais um post! A circulação da imagem nas redes!
- Paradoxal: ninguém pode tocar o enfermo, mas podem expô-lo globalmente?
- O que leva uma pessoa a tirar fotos ao lado de um agonizante, como se estivesse em uma praia?
- Por outro lado, em que modelo de sociedade vivemos onde poucos frequentam os cursos de primeiros socorros?
- Quantas e quais escolas públicas ou particulares oferecem tais ensinamentos?
- É possível resignar-se diante da violência?
- Que ideia é esta: não posso tocar, mas posso fotografar, postar, expor?
- Que barbárie é esta?
Enfim, um turbilhão de pensamentos! Melhor, nesse momento, fechar o parêntese, na tentativa de prosseguir...)
Será possível reverter a realidade? Depende de quem? De nós?
Agora que passou a impulsividade, invoquei Jung, que nos dá as primeiras ideias de consciência cósmica e Paulo Freire, na qualidade de educador.
Tentei adequar o discurso para você, estudante de Psicologia, vez que a minha concepção, na maioria das vezes, recebe ordenação do mundo jurídico: mas, antes de tudo, sou também um ser humano, do sexo feminino: a sensibilidade corre em minhas veias!
A Psicologia exige empatia, pois é um exercício de altruísmo! Um exercício de amor ao SER HUMANO!
Será que a violência está gravada no inconsciente coletivo?
Será que a Educação perdeu o seu papel transformador?
Pensando nessas e em outras várias questões, o que consigo fazer de melhor hoje é uma intervenção, poética apenas!
Porém, acredite: a poesia é meu lado mais humano, indiferente de minhas concepções, de meus estudos, de meus condicionamentos... o que há, realmente, de mais puro em mim!
É esta pureza que nos aproxima: gerações diferentes, cursos diferentes...
Mas, o que inexoravelmente nos une, é o Amor!
Afinal: “ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria!”
Em nosso labor diário, sejamos, ao menos, semeadoras de PAZ!
Saiba: é exatamente isto, o que a violência desconhece! E, na verdade, toda ciência é vã! A atual sociedade carece de Pureza, de Bondade, de Amor... O mundo pode ser melhor: só depende...
Espero que você, por meio da reflexão e da ação, possa cumprir o seu verdadeiro papel neste mundo...
Com bastante carinho e o mais puro Amor, faço minhas as suas reflexões, no texto a seguir (Metanóia).
METANÓIA
Conceição Cruz
O policial cumpriu o seu dever.
O bombeiro cumpriu o dever.
A enfermeira cumpriu o dever.
Todos cumpriram seus deveres.
Mas, a adolescência trocou a escola pela violência das ruas...
Ponto de ônibus:
uma arma, em punho, atemoriza,
(in)distintamente, à luz do dia,
milhares de adultos, batalhadoras estudantes...
Agonia! Um tiro traz a morte certeira...
Catarse: no entorno
- violência insidiosa e narcisista –
reproduzida em frenéticas e virulentas “selfies”...
Vida e Morte...
Tudo passa em corriqueiros “flashes”!
Seu dever, a medicina cumpriu.
O luto se expressou na vestimenta negra,
na passeata silenciosa pela Universidade, na frustração,
na tentativa de chamamento social à reflexão...
(inspirada em Gandhi: resistência passiva?!)
A tristeza fermenta no coração de estudantes de Psicologia...
O medo...
Mata!
O Sonho, o Direito, o Amor, as Pessoas...
A sociedade - adolescente (de medo!) -
(des) focada está:
(in)diferentes imagens dão volta ao mundo...
Repetidamente!
Mundo paralisante de imagens...
(O corpo jovem, no chão...)
Negros
“flashes”...
Repetidas vezes!
(Quantos óbitos de adolescentes ainda serão necessários atestar?)
Será que a Educação perdeu o seu papel transformador?
Bandida(o) tem que morrer!?
Será que, no inconsciente coletivo, a violência furtou toda Paz?
Quando a violência impera, em qualquer lugar que seja...
A Sociedade falhou!
A Educação falhou!
Todos nós falhamos!
A civilização agônica de medo
- esvaiu-se do Respeito e da Ética -
o Homem perdeu a sua capacidade de indignar-se, de intervenção:
tornou-se mero expectador de sua própria indiferença,
vivenciando - irracionalmente -
a frieza de ser, apenas, verdadeiro cativo
de suas próprias “selfies”!
Afinal:
“ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor,
eu nada seria!”
Na tentativa de instantânea e eterna globalização,
em algum canto da história humana,
perdeu-se o princípio da alteridade...