sábado, 31 de agosto de 2019

Árvore de Gelo

Conceição Cruz
Cadeira n.º 4

Foto: Roberto Cascaes



Então,

a árvore alta, extasiada,

branca e gélida ficou

ao  ser tocada pelos ventos ciganos do sul que seguiam

o Rio dos Rastros...



Em Bom Jardim,

o céu azul, ao fundo,

com ela contrasta

para deleite de quem ali passa!



A luz vislumbra a

lente do fotógrafo,

recolhe toda a magnitude

do momento em um flash!



O fotógrafo

tem ânsia de beleza!

Assim, compartilha,

nas mídias sociais,

aquela obra da mãe natureza,

pois o silêncio, ali,

naquele instante,

deixou a sua marca!



A poetisa medita

e, em sua fome de palavras,

Nenhuma ou quase nada encontra para retratar aquela cena...



O franciscano entra em

estado contemplativo ao mirar

aquele retrato.No seu peito,

a sagrada alegria

de agradecer a tudo e a todos é,

para ele, algo nato.



Alegria e gratidão!



Num suspirar profundo,

não importa ser árvore,

ser vento, ser gente,

ser o observador ou o objeto...



Neste mundo,

somos todos elos

da divina criação!



Então...

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Cavalgante

Geraldo Phonteboa
Cadeira n.º 14


Neste tempo de rubra cor
Plena de marcas aparentes
Escavo minhas entranhas estranhas
Neste lapidar de emoções.
Tenho medos e incertezas
De todos os tamanhos
E desconheço minhas verdades
Revejo-as e as coloco
Na berlinda de mim
Para viver cada instante
Constante.
Cavalgo em mim
Na lombar
De emoções
Que desconheço.
Errante
Cavalgante

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Festivais de Arte e Cultura e ParaBenjamim movimentam Pará de Minas



Entre os dias 28 de agosto e 1.° de setembro Pará de Minas realiza a 10.ª edição do Festival de Arte e Cultura e o 7.º ParaBenjamim - Festival de Palhaço. A programação consta de eventos gratuitos de circo, teatro, dança e exposições e serão realizados na Casa da Cultura, na Praça Torquato de Almeida e na Escola Estadual Joaquim Luiz Gonzaga (Distrito de Ascensão). O evento é organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes do município e conta com apoio cultural da Academia de Letras de Pará de Minas.

Baixe a programação completa aqui.


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A acadêmica Carmélia Cândida lança 2ª edição de seu livro O azul dos olhos dela


Acaba de sair a 2.ª edição do livro O azul dos olhos dela, da acadêmica Carmélia Cândida (cadeira n.º 2). O livro, que foi editado pela primeira vez em 2012 pela Virtual Books (Pará de Minas), agora ganha uma edição independente.
A coletânea reúne 20 textos, entre contos e crônicas, com tons ora leves, ora divertidos, ora impactantes e pesados. Abordando temas como amor, morte, sexo, encontros e desencontros, o livro coloca o leitor diante de personagens “reais”, aos quais ele pode facilmente relacionar a si mesmo ou a alguém conhecido.
A segunda edição conta com nova capa, com arte de Gabriel Rischbieter (https://www.instagram.com/agirafa/), grande artista curitibano.
A escritora Malluh Praxedes, também membro da Academia de Letras de Pará de Minas (cadeira 19), registrou suas impressões após a leitura do livro: “Carmélia Cândida tem um jeito muito peculiar de retratar a vida. Seus personagens não têm sobrenome, mas seus nomes soam tão íntimos que é como se visitássemos seus segredos. As casas não têm muros, se jardins, pouca paisagem interfere nas emoções cheias de cores, mesmo que desbotadas por um mundo quase esquecido. A sensação que se tem é que todos podem ser moradores de uma mesma cidade, de uma rua que já percorremos, e seus mortos têm muita história escondida, assim como os desejos que explodem em vidas, rimas e prosas”
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Como adquirir:
Em Pará de Minas, o livro pode ser adquirido na Brinquelê, localizada na rua Benedito Valadares, 474, centro (telefone 37. 3232-2780) Pela internet, pode ser comprado no site: https://tinyurl.com/y34bybcf. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A nossa consciência: Deus

Ailton José Ferreira
Cadeira n.º 7

Quem nunca teve a consciência pesada uma única vez? Acredito que ninguém neste mundo jamais deixou de ser cobrado pela própria consciência. E será que alguma vez paramos para pensar, que esta cobrança quando praticamos algo que fere os nossos princípios, e principalmente da sociedade em que vivemos, vem do próprio Deus que está dentro de cada um de nós? Pois, tenho certeza disto. Deus nos criou, e nos deu uma inteligência infinita, que nós mesmos não sabemos do poder que nos foi concedido. E por que não Deus ter plantado em cada ser humano, uma semente que faça com que ela cresça de acordo com a nossa fé, amor e discernimento que adquirimos ao longo de nossa experiência de vida? São perguntas e mais perguntas que fazemos, mas que na maioria das vezes as respostas estão dentro de cada um de nós.
Às vezes procuramos Deus bem longe da gente, mas Ele está tão perto que não percebemos e o ignoramos muitas vezes. Falta-nos mais discernimento para sentirmos a Sua presença, porque Deus está dentro de cada um de nós: na nossa consciência e por que não? No nosso coração. E Deus está exatamente dentro de nossa própria consciência, para nos alertar e lembrar-nos de tudo aquilo que estivermos fazendo, e que não está em comunhão com Ele. Por isso muitas vezes enfrentamos nossa consciência, porque ela é o alarme que toca quando não estamos fazendo a coisa certa. Mesmo que não damos conta do que estamos fazendo naquele momento, mas que algum tempo depois, acordamos e passa quase sempre a virar um pesadelo de olhos abertos. E quanto mais lutamos contra este pesadelo, ele vai crescendo até nos darmos conta da besteira que fizemos. E a consciência pode também nos alertar antes de cometermos a insanidade. Nesta hora tenho a certeza absoluta que Deus está agindo, através do Espírito Santo, em nosso ser, para nos auxiliar na decisão correta que devemos tomar. E este momento só irá ocorrer se tivermos o discernimento necessário de sentirmos que Deus está em nosso ser, e quer que sigamos o verdadeiro caminho que leva à Sua Morada Eterna.
Mas a nossa consciência só terá este discernimento, se fizermos com que a Oração faça parte diariamente de nossas vidas. Pois só ela nos dará a fé ao projeto do Pai Eterno, e fará com que sintamos o verdadeiro amor pelo nosso próximo e pelo mundo em que vivemos. E só este amor encherá os nossos corações de todo o bem que Deus tem reservado para nós a todo instante. E só assim sentiremos verdadeiramente que Ele está no cantinho da nossa consciência, para nos alertar do que é certo e errado, nos separando o mal do bem que tem que crescer através daquela sementinha que eu disse antes, e frutificar indefinidamente o amor em nossos corações.
QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Hernani Almeida
Cadeira n.º 16 


Lembranças doídas
Matracas da vida.
Como o tempo passou
E nada me fez mudar.

Só a pureza se foi
Mas a criança ficou.
A vontade de voar
Sorrir e Amar.

Das brincadeiras distantes
Amarelinhas vibrantes.
Deste tempo passado
Só me resta sonhar.
                          
(1994)

sábado, 10 de agosto de 2019

José Alexandre da Cruz

Conceição Cruz
Cadeira n.º 4



As minhas laranjas, naquela época,

tinham sabor de Paciência:

dele, por nos acolher naquela algazarra toda de criança

e minha, por saber aguardar a minha vez!



A renda verde a tornear suas mãos

da fina casca cuidadosamente retirada

e o cone central...



Primeiro, a laranja para o caçula e o cone para os outros;

depois, a ordem se invertia: o cone para os menores...

Por fim, a laranja inteira!



Era preciso ensinar

a compartilhar o sentimento de ser família e estar atento

às necessidades também dos outros...



Eu me sentia

única dentre os irmãos: meus olhos atentos

vigiavam cada um daqueles movimentos serenos:

o canivete, perpendicularmente,

girava a desenhar um círculo,

na verdade, um orifício em formato de um cone a criar uma “tampa”

e aquilo parecia durar uma eternidade inteirinha!



À semelhança de um rio, com uma leve espremida,

caldos e sementes transbordavam

e quantas vezes chegaram até a me engasgar!



E quão feliz eu me sentia!



Tudo parava quando ele chegava:

nossas fraternas e intermináveis brigas!



Era um momento de grande expectativa: por vezes, apesar

de selecionadas, as laranjas não eram tão doces,

outras vezes, tinham até umbigo!



Com sua sabedoria nos unia

mesmo com as coisas que

a gente já sabia:

um cone em uma laranja ou em uma dúzia delas!



Os doces de laranja que hoje faço

talvez sejam uma tentativa

gostosa de reviver aqueles

momentos...



As flores de cascas cítricas

que aprendi com ele

- brincando a fazer – e que hoje ainda recrio,

têm cheiros e formas característicos: são

verdadeiras reminiscências...



As minhas memórias olfativas e gustativas jamais

me permitiram esquecer:



as minhas laranjas,

naquela época,

tinham gosto de zelo.

Hoje, têm sabores

de saudades!

(*) Homenagem póstuma – Dia dos Pais/2017

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Larissa

Lígia Muniz
Cadeira n.º 13

A vida amanheceu menina
e acordou sonhos.
Seu nome nasceu música: lá – ri – sol,
os olhos nasceram céu: claros e azuis.

A menina cresceu:
nas pessoas, busca o sentimento, a emoção.
Larissa a estudar o comportamento humano
e a bondade no coração.