Ailton José Ferreira
Cadeira n.º 07
É muito comum, pelo menos comigo é assim, com a chegada do fim do ano, fazermos um balanço geral de tudo o que aconteceu durante todo o ano. Pensarmos naquilo que fizemos de bom ou mesmo de ruim, e o que deixamos de fazer e que podíamos ter feito, para melhorar a nossa vida e a do próximo. E quando não fizemos simplesmente por má vontade e acomodação, um vazio dentro de nós toma conta, mesmo que por alguns instantes. É a nossa consciência nos cobrando de que poderíamos ter ido mais à frente do longo caminho que temos a percorrer.
Mas, neste ano de pandemia, que nos pegou à todos de surpresa, não podemos nos cobrar muito.
Durante nosso transcorrer nesta vida, muitas pessoas cruzam o nosso caminho e cruzamos com o de muita gente. Conhecemos pessoas de todo jeito, fazemos amizades curtas e longas nas várias fases que o mundo nos apresenta. E aí vem a grande lacuna de nossas vidas. Quantas pessoas conhecemos ao longo deste caminho, fazemos amizades firmes e sinceras, que durou, sei lá, um ano, dois, cinco, dez ou até mais anos, e de repente ficamos privados um do outro por qualquer motivo: mudança de cidade, estado ou até mesmo do país? E nunca mais nos vimos ou falamos, ou até mesmo não nos comunicamos por carta, telefone etc. E se fossemos fazer uma lista, ela seria imensa, a contarmos da nossa infância. E hoje, mais do que nunca, a internet aí está para resolver os nossos problemas de tempo e distância, porém, mesmo assim, ainda somos um pouco acomodados.
Fico a pensar: é correto e justo ignorarmos estas pessoas, principalmente aquelas que nos marcaram e que nos ajudaram a construir o alicerce de nossas vidas? Claro que não! Nossa própria memória nos cutuca de vez em quando, fazendo com que nos lembremos de certos fatos e fases que nos fizeram amadurecer e crescer. E, juntamente com estas lembranças, nos vêm as pessoas que participaram destes momentos. Então, por que nós, seres humanos, inteligentes, temos a fraqueza de esperarmos que o outro dê o primeiro passo? Por que não tomamos a iniciativa? Digo isto por mim mesmo. Somos seres criados com total liberdade, sem a interferência do Criador, que nos deu o livre arbítrio. Mas também somos seres preguiçosos em certas situações em que não poderíamos ser.
Quando estivermos fazendo os nossos balanços de vida anuais, não devemos nos martirizar por não termos feito o que deveríamos, mas sim começarmos a corrigir a partir deste ano as falhas, para que elas não se repitam. E devemos começar lembrando daquelas pessoas que queremos bem e escrever para elas, telefonar, mandar um e-mail ou mesmo, se possível, assim que pudermos, sem desculpas esfarrapadas, irmos ao encontro delas. Mesmo se não conseguirmos comunicar com todos, o que certamente será impossível, porque, para a maioria delas, a lacuna foi tão grande que nem saberemos por onde andam, ou mesmo se ainda estão nesta vida, mas que ao longo de todo o ano que virá façamos aquilo que não fizemos nos anos que se passaram, ou seja, fazer com que aquelas pessoas que nos foram caras e estarão em nossas memórias, e que jamais serão esquecidas, estejam em contanto por qualquer tipo de comunicação. E elas certamente terão a certeza de que nunca foram esquecidas por nós. Porque o nosso ego necessita disso, precisamos viver sempre dentro da gente que as pessoas não se esquecem de nós jamais. E, principalmente, termos essas pessoas ou famílias em nossas orações diárias.
E, quem sabe, algum dia, nossas vidas irão se cruzar novamente com estes amigos de nossa história terrena? Só Deus sabe. Porém, enquanto isso trabalhe a partir deste novo ano, colocando a memória em prática e fazendo com que as amizades que passaram por nós continuem vivas em nossos corações e que poderão continuar, mesmo à distância. Porém, o mais importante ainda é que com as amizades atuais e que ainda iremos fazer não cometamos os mesmos erros do passado. Mas, acima de tudo devemos ter a certeza de que este ano que está terminando foi muito bom e positivo para todos, com vitórias e que mesmo as derrotas nos fizeram crescer espiritualmente, nos aproximando mais de Deus, pois, mesmo com todas as atribulações uma certeza nós, cristãos, temos: que o CRIADOR não nos abandona e que nos ama infinita e misericordiosamente, fazendo Seu Filho Jesus nascer mais uma vez para a nossa Salvação.
UM NOVO ANO DE MUITA PAZ, SAÚDE, FELICIDADE E PROSPERIDADE! E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!