Neste vídeo, a escritora Hila Flávia Marinho Teodoro, na solenidade em que recebeu o título de Acadêmica Honorária da Academia de Letras de Pará de Minas, em 19 de outubro de 2024, fala de sua amizade com o poeta Dirceu Mendonça, também homenageado (in memoriam) e agradece à ALPM.
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Academia de Letras de Pará de Minas aceita candidaturas para vagas de membros efetivos
A Academia de Letras de Pará de Minas abriu edital para a ocupação de cinco vagas para acadêmicos efetivos. Pela sua última modificação no Estatuto, realizada este ano, a ALPM possui agora 40 cadeiras, que serão progressivamente preenchidas. Hoje conta com 16 membros efetivos. A submissão das candidaturas deverá ser feita no prazo até 30 de dezembro de 2024, com envio da documentação requerida por via postal. Como o Estatuto dispõe que, dos acadêmicos efetivos, pelo menos setenta por cento deverá residir em Pará de Minas e considerando que o quadro atual não contempla tal porcentagem, somente serão aceitas para estas vagas candidaturas de pessoas residentes cidade.
Para compor os quadros da Academia, são elegíveis brasileiros natos ou naturalizados e que tenham publicado obra de reconhecido mérito em qualquer gênero literário ou de valor acadêmico em meio físico ou digital. Também podem ser aceitas pessoas com trabalho consistente e comprovado, de reconhecido mérito, em áreas artísticas e culturais, que inequivocadamente envolvam a escrita, com no mínimo dez anos de atuação na área, tais como escrita de dramaturgia e roteiros de cinema, de letras de música e de trabalhos de pesquisa histórica e documental.
As pessoas aprovadas ocuparão as seguintes cadeiras:
Cadeira n.º 11 - Patrono: José Gastão Machado
Cadeira n.º 16 - Patrono: José Augusto Correia de Miranda
Cadeira n.º 20 - Patrono: Darcy Ribeiro
Cadeira n.º 21 - Patrono: Oswaldo França Júnior
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Veja aqui os integrantes da Academia de Letras de Pará de Minas
Veja aqui o edital e o regulamento para as novas candidaturas
Veja aqui o Estatuto da Academia
Veja aqui o Regimento Interno da Academia
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Uma carta a Dirceu Mendonça
Na cerimônia do projeto "Grandes nomes da literatura pará-minense", realizada pela Academia de Letras de Pará de Minas em 19 de outubro último, foi prestada uma homenagem ao escritor Dirceu Mendonça, falecido em 2002, pela passagem de seus 70 anos. Teve como oradora convidada a escritora Ana Cláudia Saldanha, que leu uma emocionada carta ao poeta, momento registrado neste vídeo.
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Saudades do poeta Dirceu
Pronunciamento de Regina Álvares Medeiros, irmã do escritor Dirceu Mendonça, na sessão do projeto "Grandes nomes da literatura pará-minense", realizada em 19 de outubro de 2024 pela Academia de Letras de Pará de Minas. Dirceu foi homenageado pelos seus 70 anos de idade que completaria neste mês de outubro. Ele é fundador da Academia e faleceu em 2002.
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Prezada Carmélia Cândida, presidente da Academia de Letras de Pará de Minas, demais membros da academia, prezada Hila Flávia, agora Acadêmica Honorária, queridos amigos do Dirceu e queridos familiares.
Quem me conhece sabe que sou de poucas palavras, no passado, quando eu tinha que fazer algum discurso mais formal era sempre o Dirceu quem fazia o roteiro para mim e depois eu dava o meu toque pessoal. Agora estou aqui para falar dele! Não é tarefa fácil por causa da importância que ele teve em nossas vidas, em minha vida.
Assim que o Márcio Simeone nos falou da intenção de fazerem essa homenagem para o Dirceu já começou a despertar em nós um sentimento de nostalgia, pois sabíamos que esse momento seria muito forte para todos. Quando estava preparando essas palavras fiquei pensando em como poderia descrever o Dirceu: era um homem de muita fé, isso é inegável, um homem de coração puro, que, com certeza, está diante de Deus, pois foi o próprio Cristo quem nos disse “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”. Era muito corajoso, durante seus 5 anos de tratamento nunca o vimos reclamar ou desanimar, pelo contrário, sempre dizia “temos mais uma luta pela frente”. Tinha muita esperança no coração e a cada virada de ano vinha um pedido: “que eu possa viver mais um ano”. Era um homem que amava imensamente a família, era o ponto de união entre todos. E os amigos? Como ele gostava de seus amigos!!! E a Academia de Letras? Quem conviveu com ele naquela época sabe da importância que ela teve em sua vida. A vida dele foi curta, mas a viveu intensamente.
Hoje pudemos revê-lo, ouvi-lo, matar um pouco da saudade, ou talvez aumentá-la. Um sentimento contraditório, alegria e tristeza ao mesmo tempo. Mas não é assim a vida de um poeta? Enfim, queremos agradecer a todos por esse momento especial, saber que depois de 22 anos de sua partida ele ainda é lembrado, realmente imortal. Para nós, seus familiares, fica a certeza de que ele cumpriu a sua missão na vida. Como diria o poeta Francisco Otaviano, “não passou pela vida em branca nuvem”.
Quem
passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, e não homem,
Só passou pela vida, não viveu.
(Francisco Otaviano)
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domingo, 20 de outubro de 2024
ALPM homenageia grandes nomes da literatura da cidade
Acadêmicos presentes ao encontro (da esquerda para a direita): de pé: José Roberto Pereira, Malluh Praxedes, Paulo Roberto dos Santos, Valmir José Diniz, Geraldo Phonteboa e Márcio Simeone. Sentadas: Carmélia Cândida, Hila Flávia Teodoro, Renata Teixeira, Lígia Muniz e Regina Marinho.
A Academia de Letras de Pará de Minas realizou no dia 19 de outubro, no Museu Histórico, o primeiro encontro do projeto "Grandes nomes da literatura pará-minense". Nesta primeira edição a escritora Hila Flávia Marinho Teodoro foi agraciada com o título de Acadêmica Honorária e foi prestada uma homenagem in memoriam ao poeta Dirceu Mendonça Álvares da Silva.
A presidente da ALPM, Carmélia Cândida
A presidente da Academia, Carmélia Cândida, destacou a importância do projeto, iniciado com o merecido destaque de Hila e Dirceu, ambos fundadores da ALPM. E seguida, fez a entrega do título, juntamente com os acadêmicos José Roberto Pereira e Malluh Praxedes. Hila, que é autora de diversos livros e fundadora da ALPM, ocupou a cadeira de número 9, tendo como patrona Cora Coralina. A partir de agora passa a ocupar um lugar de honra, tendo seu grande mérito reconhecido não só pelos seus pares, mas pelos públicos que conquistou. Em seu pronunciamento, ela falou de particularidades de seu processo de leitura e escrita e agradeceu pela homenagem recebida, com seu jeito espontâneo de quem conversa e conta histórias. Também relembrou o poeta Dirceu Mendonça, pelo qual tinha grande admiração e amizade.
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Dirceu: no mundo da Lua
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
Ao Dirceu, com todo meu carinho e admiração
Convivi pouco com o Dirceu Mendonça, muito menos do que gostaria. Mas tenho algumas lembranças.
Hoje, ocorreu-me uma de quando nos reunimos em sua casa, na rua Prefeito Carmério Moreira dos Santos. Era uma reunião da Associação de Escritores de Pará de Minas. Não me lembro por que motivo estávamos lá, sentados na mureta do alpendre da casa do Dirceu. Acho que a Associação tinha dificuldades de achar um local, a cada mês, pra se reunir. Enfim, estávamos lá: Dirceu, eu, Valmir e creio que o Pedro e o Márcio também.
Duas coisas me marcaram muito neste dia. A primeira foi Valmir dizer que o Dirceu era tão zeloso da Associação que já tinha feito até reunião dele com ele mesmo (Dirceu e Uecrid!). Achei muita graça nisso, mas depois entendi que, para o Dirceu, compromisso é compromisso. Chegava o dia, era certo ele comparecer, independentemente de quem fosse ou deixasse de ir às reuniões. Esse era um traço marcante da personalidade do Dirceu.
Mas foi naquele dia também que o Dirceu me falou de sua atuação na pastoral carcerária, uma ação da Igreja Católica Romana vinculada à CNBB. A pastoral carcerária “tem como objetivo a evangelização das pessoas privadas de liberdade, bem como zelar pelos direitos humanos e pela dignidade humana no sistema prisional”. E era assim que o Dirceu atuava, prestando serviço advocatício gratuito aos encarcerados, para garantir seus direitos humanos de pessoas dotadas de dignidade. De fato, acho este trabalho das coisas mais lindas e mais difíceis de se fazer.
O texto do Evangelho de Mateus diz assim: “Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro e me recebestes em casa; estava nu, e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e viestes até mim”. (Mt 25, 35-36 / Bíblia CNBB). Quem é capaz de encarnar essa palavra forte? Dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede é importante sim. São gestos básicos, primordiais. Mas acho também que são os mais possíveis a qualquer um de nós, assim como vestir quem está nu. De outra parte, dar abrigo ao forasteiro, cuidar do doente e ir até os encarcerados na prisão, para prestar-lhes auxílio, quem se habilita? Muito poucos. E não é mesmo pra todos nós. Naquela hora, o Dirceu, que já era grande em estatura, tornou-se o grande Dirceu para mim.
Bem mais tarde, ouvi falar da Apac - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, quando já não tínhamos o Dirceu conosco. Mais tarde ainda, fui realmente saber o que era a Apac: uma ONG fundada em 1972 por voluntários cristãos, como o Dr. Mário Ottoboni, e me encantei. Morador de São José dos Campos, Dr. Mário começou atuando na pastoral carcerária, exatamente como o Dirceu fazia na nossa Terrinha, e criou metodologia Apac, totalmente nova e restauradora.
A partir daquele dia junto do Dirceu, meu olhar para a população carcerária mudou. Passei a pesquisar e refletir muito sobre o nosso sistema penal e prisional, que nem sempre é justo, é seletivo, punitivo, encarcera muito e não restaura.
Então, querido Dirceu, receba o meu carinho e a minha saudade, porque sei que você vive sim, de um outro jeito. Ah, e mando também um abraço para o Uecrid, que certamente, está juntinho com você.
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