Imagine você – ali – no instante do Nascimento do Menino Deus, quando a Divindade tocou a Humanidade, naquela Noite Feliz!
O Burro
lá estava...
Ele permaneceu, naquele local, onde brilhava a Luz do Mundo...
Na paz daquela noite, ouviu o coro dos Anjos...
Também o Magnificat...
Ele teve a oportunidade de reconhecer o Divino, de vê-lo, de senti-lo - de ofertar-lhe o hálito quente e de aquecer o Recém-Nascido...
Ele viu, ouviu e sentiu...
Ele viu a Estrela do Oriente seguida pelos Magos...
Quando os Gentílicos chegaram, ele, cognominado de “burro”, pôde experimentar aquele momento, de forma profunda, deleitando-se com o cheiro exalado pelo incenso... com a adoração do Deus Menino...
Em outras palavras, perfume significa per fumus, ou seja, pela fumaça...
Dessa forma, a fumaça sobe aos céus, elevando nossos pensamentos, mentes, corações, o nosso entendimento, enfim, o nosso Ser...
Ele vivenciou tudo isso junto com os Magos e outros seres viventes e, a exemplo dos urubus, elevando-se, pôde fazer a transmutação...
E assim, passou a meditar sobre o seu papel no mundo, a sua importância para o Universo, bem como refletia sobre o seu nome - Burro - e de seus parentes...
Enquanto pastava e comia os brotos de capim macio, deparou-se com um riacho de águas límpidas e mirou a sua imagem; depois, observou os campos e contemplou os céus...
Sentiu a brisa do vento...
Começou a pensar...
Por que somos chamados de “burros”?
Para muitos, o nome é sinônimo de ignorante...
Para outros, o nome vem do Latim e significa encarnado...
Coincidência? Participar do Nascimento do Verbo Encarnado...
Coincidência?
Um brilho de alegria incendiou o seu olhar e a sua forma de interpretar a vida, os fatos...
Será que viemos de uma mesma essência?
Burro encarnado e o Verbo Encarnado?
Ambas as trajetórias - do Burro e do Menino Deus - são marcadas pela Humildade, também por carregar cargas, pela resiliência, pelas adversidades, pelo trabalho incansável, tornando o mundo melhor com seus singulares exemplos...
Somos mesmos ignorantes?
Pensava...
No silêncio daquela Noite...
Um inesquecível instante em que lhe foi revelada a Grande Sabedoria, por meio da análise de sua existência e de sua relação com a trajetória do Deus Menino...
Na verdade, as Histórias se entrelaçam, misturam-se, dialogam-se e se cruzam ao longo de suas vidas...
Com memórias significativas e inspiradoras...
O Burro daquele Presépio, em Belém, teve a dupla felicidade de dar utilidade à sua vida e de servir - ao transportar a Luz do Mundo - enquanto ela estava ainda no ventre de sua Mãe, gravidez revelada por um Anjo...
Mesmo carregando Mãe e Filho, tudo era leve, tão leve, muito leve... Já que não era uma “carga”, para ele...
Seus trotes eram quase uma levitação...
No percurso, sentiu quão grande era Aquele Ser...
Uma Energia Magnífica capaz de tirar-lhe das trevas... E tudo lhe foi mostrado em sonhos, a exemplo da História de José, contada no Grande Livro do Conhecimento da Era Cristã.
Na verdade, as histórias dos asininos e dos muares estão, intimamente, ligadas à Encarnação, à Luz do Mundo...
Foi-lhe contado, ainda, quase de forma premonitória, que mais tarde, um de seus parentes entraria, triunfalmente, em Jerusalém, carregando em seu lombo, o Rei de um Reino que não tem fim, para aqueles que O Reconheceram...
O maior dos homens, nascidos de mulher, é o menor neste novo Reino e, no entanto, não é digno de desatar-Lhe as sandálias dos pés...
Quem somos nós?
Somos mesmos os “burros” do Planeta Terra?
Refletia...
Burros, ou privilegiados...
Já que os Burros levaram a Boa Nova aos Homens de Boa Vontade, em diferentes momentos de suas vidas: do Nascimento às trilhas da transfiguração.... da Ressurreição!
É visível, esse Caminho seguido...Quem tem olhos que veja!
Percebe-se, até hoje, nos lares e nas catedrais, a presença deles nos presépios...
Alguns dizem que são ignorantes, símbolo dos homens pagãos...
Será?
Assim, analisa...
Somos, de fato, seres privilegiados ao carregarmos, literalmente, nas nossas costas, a Mãe e o Mestre dos Mestres...
Não obstante, isso não nos faz maiores, na verdade, só aumenta a nossa responsabilidade, por conhecermos e reconhecermos a Luz e - também - por portá-la e transportá-la por entre os mais áridos desertos até que o Verdadeiro Amor faça razão na Mente, no coração e, por consequência, na Vida dos homens e de todas as demais criaturas, para que consigam, quem sabe um dia, em coro, entoarem o autêntico Magnificat!
TEXTO MARAVILHOSO 👏👏❤
ResponderExcluirParabéns Conceição!Que Deus continue a te inspirar para nos encantar com estes lindos contos!Meu abraco,Arlete
ResponderExcluirTexto lindo 👏👏🙏🏻
ResponderExcluirMuito profundo!
ResponderExcluirQue história mais legal, querida Conceição!! Meu final de ano e início deste foi muito tumultuado, por isso, só agora li a história do burrinho reflexivo. Amei!!
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