José Roberto PereiraCadeira n.º 12
Não foi fácil
Mas chegamos ao final de 2020
Na bagagem, algumas cicatrizes, lembranças tristes
E um raso saldo de felicidade
Resistimos
E, com todas as nossas forças, continuamos a
resistir
Muitos de nós partiram definitivamente
Nos deixaram após o ataque do inimigo invisível aos
olhos
Ainda estamos em luta, e o ano, como numa ampulheta,
se findando
Somos, naturalmente, perseverantes
Que, neste Natal, ainda que confinados, em
isolamento, renasçamos
Renasçamos em fé, esperança e prosperidade
Que em 2021 as máscaras caiam
Que não haja distância entre mim e você
Que os braços se entrelacem num abraço
Destampado, libertado de sua prisão, que o sorriso
seja imagem do novo ano
Que os encontros com quem amamos sejam frequentes
Sem restrições, sem protocolos de segurança contra o
vírus que estará vencido
Sejamos como um rio de águas límpidas e poderosas
Que atravessará o Ano Novo inundando os dias, as
semanas e os meses
Com imensa afetividade um para com o outro
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Ilustração:
Eu, Skarlait Neves Canto, autorizei a publicação gratuita dos desenhos de Samara.
Divinópolis, 13 de dezembro de 2020.
Nos últimos anos, Samara vem desenvolvendo habilidades em desenho.
A afetividade da árvore da Samara atravessa o espaço para tocar o céu e ser tocada por ele, como uma outra forma de convite poético feito pelo José Roberto: que o céu e a terra se "entrelacem em um abraço"!
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