21 de outubro de 2025

ALPM lança Bianuário 2024-2025


 A Academia de Letras de Pará de Minas (ALPM) realiza, no dia 31 de outubro de 2025 (sexta-feira), às 19 horas, o lançamento do Bianuário 2024–2025. O evento será realizado no Auditório I da Faculdade Católica de Pará de Minas (Fapam), voltado a estudantes da instituição, mas aberto ao público em geral. A programação inclui um bate-papo com acadêmicos e a distribuição gratuita de exemplares.

O Bianuário é uma publicação tradicional da ALPM, editada desde 1998, reunindo produções literárias dos acadêmicos e acadêmicas. Em 2025, a instituição completa 28 anos de fundação, somando quase três décadas de promoção da literatura, da arte e da cultura em Pará de Minas. Desde os primeiros anos, cada edição do Bianuário reflete a diversidade criativa e a riqueza de perspectivas dos escritores que integram a Academia, reafirmando seu compromisso com o fomento à leitura, à escrita e ao acesso à cultura.

A nova edição tem um significado especial: é a primeira publicação após a instalação da Academia em sua sede própria, no Centro Literário Pedro Nestor, no segundo andar do histórico prédio cedido pelo município. Para celebrar esse marco, a capa traz uma aquarela do artista plástico Nelson Polzin, retratando a fachada do bem tombado que abriga a ALPM. Inspirado por fotografias antigas e pela atmosfera do lugar, Polzin recriou o edifício em traços que unem precisão arquitetônica e sensibilidade artística. O artista é natural do Rio de Janeiro e tem destacada atuação no cenário artístico nacional.

Mantendo sua tradição, a Academia de Letras de Pará de Minas oferece gratuitamente o Bianuário aos leitores, reforçando sua missão de difundir a palavra escrita como forma de resistência, memória e esperança.

 

2 de outubro de 2025

Abandono e contemplação

Márcio Simeone
Cadeira n.º 8
 
 

Não fosse pelo aniversário do meu pai e por Francisco e Aparecida, meu outubro seria um mês esquecido e esmagado entre a intensidade do seu predecessor e as urgências e burburinhos dos últimos dois meses do ano. Parece um viajante sem destino e sem agenda, que vive na penumbra do calendário. Ele se arrasta, abandonado nos entremeios da vida, nos interstícios dos meus cronogramas. Resignado, de oitavo virou décimo e resiste, na plena aceitação de seu destino e com lição de humildade franciscana. Neste espaço transitório é que ele caminha sem ser quase notado. Guarda assim a sua beleza discreta e faz seu caminho sem alaridos e sem companhia. Meu outubro é reflexivo, um convite aos pensamentos profundos e ao autoconhecimento. Um momento de abandono ao meu ermitério íntimo. O céu, carregado com a chuva que vem ao longe, é contemplativo e memorioso, que dá ao fim da tarde uma vontade de café com pão. Essa chuva que cai é texto, que dialoga com a alma, e um rito de limpeza espiritual.  Meu outubro derrama água, fresca e sonora, e possibilidades infinitas. É hora das expectativas.

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Imagem: gerada por ferramenta de IA