QUASE SER
Márcio Simeone
Cadeira n.º 8
Muito na vida não sou,
sou quase.
Em vias de vir a ser:
projeto.
Às vezes sou mais, às vezes menos:
inquieto.
Nem isso, nem aquilo,
sou muito de nada, um pouco de tudo:
incerto.
Sou gente: quase pronto,
sempre incompleto.
Bom ser quase, para ser qualquer,
livro aberto.
Melhor ser quase, pra ser alguém
liberto.
Muito bonito, Márcio!
ResponderExcluirOdeio rótulos e definições estreitas. Às vezes, pessoas que nem me conhecem me rotulam disso e daquilo, tentam me definir, quando nem eu mesmo sei quem eu sou direito... É fácil rotular. É como criar um personagem. A gente pega algumas características de um sujeito e cria todo um ser com base nelas. Isso define o ser? É claro que não. Gostei demais do seu poema!
Um abraço!
Flávio
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, Márcio!
ResponderExcluirEnquanto lia o seu poema, ia pensando, qual será a próxima rima? Ficou perfeito, uma "definição" da impossibilidade do ser completo, definitivo.
O último verso parece a “chave de ouro” de um soneto. Gostei muito! Parabéns!
Um abraço,
Déa
Muito Bom.
ResponderExcluir(Não quase bom)
Abraço,
TT