Renata Teixeira
Cadeira n.º 3
Ela
gostava de ver o entardecer perto do Palmital. Iam ele e ela no
Fusquinha que já os acompanhava desde o início do relacionamento. Em
todo aniversário de casamento, isto se tornara um ritual: ele se
apressava para sair mais cedo da oficina e passava em casa
para apanhá-la. Ela o esperava com sanduíches, uma garrafa com suco, o
vestido de que ele mais gostava e uma boa dose de ansiedade.
Ao som do ronco do Fusquinha, das músicas preferidas gravadas na fita
cassete, das histórias de desde quando se conheceram e de algumas
gargalhadas, seguiam viagem...
Paravam em algum ponto da estrada, observavam o entardecer e,
silenciosamente, olhavam-se como que fazendo algum tipo de prece. As
primeiras juras de amor ecoavam agora revestidas da solidez que o
convívio traz e da segurança que só quem passa uns apertos juntos
é que sabe!
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