domingo, 3 de junho de 2012

PROCURA


Márcio Simeone
Cadeira n.º 8

Vagou dias e dias seguidos por muitos e muitos lugares e retornou, com as mãos e com o peito vazio. Frustrado, foi ao mestre e indagou: “por que, embora saiba bem o que eu quero, não encontro o que procuro”? Ao que o mestre respondeu: “um pescador lança sua rede e colhe com fartura, mas devolve à água todos aqueles peixes, porque não vê ali a espécie que procura. Volta para casa de mãos vazias. Quando vai ao mercado, percebe em vários lugares um tipo de peixe incomum, vendido por vários mercadores a bom preço. Examinando esta espécie, reconhece como uma das que, com frequência, colhia em sua rede e, sem maior atenção, devolvia ao mar. Sentiu-se frustrado, imaginando o que poderia ter ganho há bom tempo se tivesse trazido aqueles peixes ao mercado”. “Mas, mestre, e para quem procura amor, e não peixes”? “Ah, então há uma diferença: é bom que o pescador olhe para toda a sua colheita e nada dispense dela”.

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