domingo, 16 de setembro de 2012

DESENCANTO

Geraldo Fonte Boa

Dentro de mim se fez vácuo,

E me deparo juntando os cacos

Do que sobrou...

Não sei o quanto de ti ainda existe em mim,

Mas também não me sei...

Coisas vêm e vão, envão.

 
A razão diz não, o coração sim

Para a normalidade social  sou louco, bobo sem corte,

Mas algo em mim clama pela anormalidade.

Penso, repenso, não durmo,

Imagino, iludo-me, confio, desconfio

Não sei mais o que sinto,

Se sinto... (minto).

 
Suas marcas estão por todo lado,

Mais internas que externas, confusas

Opacas… ranhuras da alma.

O altar foi desfeito e sobrou apenas leito

Onde, duramente, amargamente… deito...

Não consigo mais invadir tua privacidade

Que me era tão íntima...

Virou estigma, adversa, distante, estranha.

 
E pasmo refiro-me

Só.

3 comentários:

  1. Algo em mim também clama pela anormalidade, Fonte. Luto muito para não ser simplesmente mais uma ovelha no rebanho, um "cretino fundamental", como diria Nelson Rodrigues. Seu poema me fez refletir sobre isso. Um abraço!

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  2. E também sobre...todos somos bobos. Sem corte.
    Gostei,
    Abraço.
    Terezinha

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  3. O coração diz sim, e essa é a nossa razão. Parabéns, Fonte!
    Abraço,
    Márcio.

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