quinta-feira, 19 de setembro de 2024

A Pará de Minas

Carmélia Cândida
Cadeira n.º 2


Por entre montanhas

Cercada de verde

Pará de Minas se estende,

Singela, suntuosa

Velada, incessantemente,

Pelos olhos do Redentor 

Que de braços abertos,

Num abraço constante

Acolhe quem chega.


A feição há muito não é a de uma pequenina cidade

Com uma igreja, uma praça, a prefeitura e o banco.

Não. O Pará cresceu.

O progresso vem chegando

Nosso espaço se transforma.


Mas a rua Direita vai ser sempre a rua Direita

De comércio abundante

De gente apressada

Que anda pra lá e pra cá

De barulho de buzina 

E propaganda ambulante.


E a Matriz da Piedade!

Como é alta a sua torre!

Como são belos os seus  detalhes! 

Graciosos os peixes que entram e saem

E o aquário e o altar.

E como ela lembra o saudoso Padre Hugo...


Façamos uma pequena viagem pela nossa História.

Começando pela casa considerada a primeira: 

a de Manuel Batista, desbravador de nossa terra (terá sido mesmo?!?),

Hoje,  o Museu Histórico.

A primeira escola: a Torquato de Almeida.


E por que não seguir viagem ao som do apito dos trens

Que chegavam e partiam na antiga Estação?

Puxa!  Quanta gente!

Quanta coisa chegando!

E  a  Casa da Cultura em tempos de Grande Hotel?

E o Centro Literário, enfeitado de gente linda

Sediando eventos e reuniões

Primeiro, só para homens;

Depois, também para as senhorinhas da cidade.

Aclamações para nossa memória histórica!

Nossa memória e identidade cultural!

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Poema escrito em 2007.  Em  setembro de 2021,  foi concluída a revitalização do Centro Literário, bem tombado,  e o prédio  passou a abrigar a sede da Academia de Letras de Pará de Minas e uma academia de dança (Academia Municipal de Dança Juliana Grassi).

Instagram @carmeliacandida  -  blog https://carmeliacandida.wordpress.com/


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