terça-feira, 2 de julho de 2019

Santa Cecília

Conceição Cruz
Cadeira n.º 4

O “Zé da Várzea” ou o “Zé da Vargem”,
o nosso querido e saudoso Zé!
Quem dele não se lembra
ao ver a Banda passar?

Sempre à frente aparecia,
a reger, pura e soberanamente,
a alegria reinante no ar!

Criança tinha que dormir durante o dia,
para ficar acordada à noite e,
junto à cidade toda, na rua direita,
ver a “Santa Cecília” desfilar!

E a gente não conseguia dormir!

O coração batia forte,
antecipando os impecáveis ritmos
tal qual os limpos e bem passados uniformes!

Tudo preparado,
em vão,
as fortes cordas tentavam isolar,
o povo e a Santa…

O coração distraído, vencia
toda e qualquer barreira:
misturava-se à alegria da festa e
perdia-se em meio às notas musicais...

Agora,
no museu, adormecem
trompetes, tubas, saxofones...
Quais mãos e bocas deram-lhes vida?
Ou será que elas também dormem?

Hoje, jovens
tocam hinos, recriam canções...

Num suspirar profundo,
as lembranças vertem-se líquidas
do peito aos olhos...

Irresistivelmente,
“Cecília”  levou o
nosso Santo Zé!
Para aumentar o coro dos Anjos?
Ou o Zé foi tocar trombone
para a Santa?

De tudo mesmo,
bem não sabemos!

Só sabemos
que ela levou consigo o Zé e também
os nossos encantadores
anos de infância!

3 comentários:

  1. Lindo o poema!!!!!!!
    Linda a lembrança... da banda Sta Cecília e do eterno "Zé".
    Um passeio saudoso pelo tempo!!!
    Adorei!!!! Parabéns!!!!!

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  2. Que lindo poema!Tocou-me o coração,
    remetendo-me à saudosa Banda da minha cidade natal- Aiuruoca-MG.
    Sua leitura fez evocar minha infância e a banda tocando no coreto da Praça,animando as festas da cidade.Que saudade!!!Parabéns!

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  3. Muito bacana esse poema, parabéns!!!!

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