sábado, 1 de agosto de 2020

(In)seguro

José Roberto Pereira
Cadeira n.º 12

Que eu saiba

Não tenho problemas de autoestima

Mas tive receio da sua reação ao ver-me pela primeira vez

Revisitei minha ansiedade de adolescente

Época em que uma espinha, por um segundo, provocava minha “morte”

Foi difícil te olhar nos olhos

Entrar em seu mundo vasto e misterioso

Cheio de armadilhas e de enigmas ainda indecifráveis

Depois de ser seduzido pelo seu silêncio e cheiro

Deixei-me ser levado como água de um poderoso rio

Meu desejo te acordou a noite inteira

Palavras sussurradas benzeram promessas até o amanhecer

Não desperte do sono, sob a luz do sol, meu bem

Durma ao longo do dia até o anoitecer

Descanse

Pois é sob a lua e as estrelas que os amantes fazem acontecer

Que os olhos alheios nos abençoem ou nos maldigam

Felicidade, às vezes, incomoda ou incentiva

É como palha num celeiro

Qualquer foguinho, vira lembrança

Pois tudo na vida é, inevitavelmente, passageiro.

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