Pai, já passou tanto tempo...
Mas sempre é momento
de pedir desculpas e agradecer.
Felizmente, a maturidade chega um dia...
E sou grata pela minha porção “você”...
Gratidão por me ensinar que honra e simplicidade
são bem-vindas em qualquer lugar.
Perdoe-me pelas vezes em que saí
da condição de filha, para julgar...
Sou grata por nos ter tratado
como “meninas que correm com lobos”...
Obrigada por nos fazer fortes
resistentes a “medos bobos”...
Perdão, pai, pelas vezes
Em que me afastei de você...
Felizmente, a maturidade chegou
E vejo o quão grande foi capaz de ser.
Seus neologismos (bercurta, jabutifruta...):
presença de espírito que jamais poderemos esquecer!
Vê-lo lendo western
fez-nos também leitoras...
Assistir ao Trinity nos fez irreverentes...
E as voltas de jipe nos tornaram desbravadoras.
Seus discos de vinil nos trouxeram
dança, imaginação, poesia...
Sua inteligência nos colocou
sempre em busca da sabedoria.
Aprendemos a usar ferramentas
e, mesmo não lembrando seus nomes,
o seu é sempre lembrado por nós
com fundo musical do Morricone...
Era uma vez no Oeste...
Um dólar furado à beça!
Era uma vez... um pai e suas três filhas
(e é bem aí que nossa história começa)...
Honro sua vida como meu pai
Sou grata por tudo o que pude aprender
Percebo sua presença em mim...
E vejo meu eu em você!
Linda história desse pai e suas três filhas... Amor...
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