domingo, 9 de agosto de 2020

Paterna idade...

Renata Teixeira da Silva
Cadeira n.º 3




Pai, já passou tanto tempo... 

Mas sempre é momento  

de pedir desculpas e agradecer. 

Felizmente, a maturidade chega um dia... 

E sou grata pela minha porção “você”... 

Gratidão por me ensinar que honra e simplicidade 

são bem-vindas em qualquer lugar. 

Perdoe-me pelas vezes em que saí  

da condição de filha, para julgar... 

 

Sou grata por nos ter tratado 

como “meninas que correm com lobos”... 

Obrigada por nos fazer fortes 

resistentes a “medos bobos”... 

 

Perdão, pai, pelas vezes 

Em que me afastei de você... 

Felizmente, a maturidade chegou 

E vejo o quão grande foi capaz de ser. 

Seus neologismos (bercurta, jabutifruta...): 

presença de espírito que jamais poderemos esquecer! 

 

Vê-lo lendo western 

fez-nos também leitoras... 

Assistir ao Trinity nos fez irreverentes... 

E as voltas de jipe nos tornaram desbravadoras. 

Seus discos de vinil nos trouxeram 

dança, imaginação, poesia... 

Sua inteligência nos colocou 

sempre em busca da sabedoria. 

Aprendemos a usar ferramentas 

e, mesmo não lembrando seus nomes, 

o seu é sempre lembrado por nós 

com fundo musical do Morricone... 

 

Era uma vez no Oeste... 

Um dólar furado à beça!  

Era uma vez... um pai e suas três filhas 

(e é bem aí que nossa história começa)... 

Honro sua vida como meu pai 

Sou grata por tudo o que pude aprender 

Percebo sua presença em mim... 

E vejo meu eu em você!  



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