Conceição Cruz
Cadeira n.º 4
Acolhe a filha nos braços,
antes do tempo, nascida!
(Criança prematura,
no interior,
a morte era coisa certeira!
Tempo
de poucos médicos
e de muitas parteiras...).
Chama os padrinhos...
- Leve minha filha
ao altar para, a Deus, consagrar!
Em casa,
com todo o carinho,
piedosamente, zela e reza!
Dia e noite,
noite, dia,
para desfazer,
da vida,
as mazelas ...
Com as māos
aquece-lhes os pés
(apesar de envolta
no manto, durante
o outono, o inverno e
a toda a vida de acalanto...).
Se o leite não tem gosto,
A gema do ovo há
de ter o sabor oposto!
Se troca a noite
pelo dia,
dá-se um jeito:
nāo dorme!
Melhor deixar
o mundo e tudo mais
à revelia!
Se a cor
causa-lhe alergia,
veste-a de branco,
em honra à Virgem...
Entre choros e risos,
o coração dilacerado,
a confiança
da oraçāo conforta!
Um dia, aliviada, suspira!
Sob a graça divina,
com certeza,
esta a morte não leva mais!
Celebremos, pois, a vida, a Paz!
E assim
como, outrora,
a sua māe fez,
para maior alegria,
ligando à terra
as coisas do céu,
chegou a sua vez!
Dá-lhe o seu
mesmíssimo nome!
Maria!
Muito lindo o texto!!! Adorei!
ResponderExcluirQue profundo sentimento.Palavra
ResponderExcluirComo sempre, textos maravilhosos! Parabéns, Conceição! Orgulho de tê-la conhecido um dia. Abraços.
ResponderExcluirMuito bonito! E mais mineiro que isso, impossível!
ResponderExcluirParabéns! Grata por compartilhar tamanha beleza.
ResponderExcluirTexto demonstra um amor infinito. Parabéns!
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