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Evangelho
Hila Flávia
Antes de tudo, para receber a boa-nova, é imprescindível abrir não só os ouvidos como o coração. Assim como que para receber a semente, há de se preparar a terra. A boa-nova é assim: uma letra para o vento, uma flor enfeitando o riacho, uma ideia benfazeja.
Os parâmetros do comportamento humano foram postos em dúvida quando Jesus chegou com a boa-nova. O que antes era acertado como certo não perdurou. O que era considerado como justo foi invalidado. E o que era antes o impensado passou a vigorar.
- Amar os inimigos - a moral do perdão! Inimigo era para ser odiado. O olho por olho e o dente pode dente foi trocado pelo onde houver ódio que eu leve o amor.
- Os últimos serão os primeiros - a moral do último lugar! Na corrida para ser o melhor, esquecia-se de como chegar a este posto. Era a ética dos resultados. Não mais.
- Os que sofrem serão consolados - a moral da cruz! As dores compartilhadas são mais leves e a solidariedade alivia o pesar.
- Perdoai-nos assim como nós perdoamos - a moral da reciprocidade! As medidas são as mesmas para todos. Nada de dois pesos, duas medidas.
- Bem-aventurados os que não viram e creram - a moral da esperança! Receber a boa-nova e frutificá-la, com a fé que não viu e ainda assim creu, é elementar.
Os poetas recebem a brisa divina, que nem Elias na montanha, quando colocam as palavras a serviço do bem e da paz. Quando os versos cantam a boa-nova, ela chega ao campo por meio do perdão que foi plantado, da voz sonhadora e sedenta da bonança e em forma de saudade e afeto pelos que se perderam na caminhada.
Quando vier setembro, chegará a colheita. O que foi semeado será recolhido. As canções lançadas ao vento serão recolhidas pelas mentes, os sonhos não se diluirão ao se confrontarem com o sol. Mesmo se vindos da lua e das estrelas, não temerão a luz do dia, pois a boa-nova não teme a luz.
❤️🫂
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