segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Saudades do poeta Dirceu


Pronunciamento de Regina Álvares Medeiros
, irmã do escritor Dirceu Mendonça, na sessão do projeto "Grandes nomes da literatura pará-minense", realizada em 19 de outubro de 2024 pela Academia de Letras de Pará de Minas. Dirceu foi homenageado pelos seus 70 anos de idade que completaria neste mês de outubro. Ele é fundador da Academia e faleceu em 2002.

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Prezada Carmélia Cândida, presidente da Academia de Letras de Pará de Minas, demais membros da academia, prezada Hila Flávia, agora Acadêmica Honorária, queridos amigos do Dirceu e queridos familiares.

Quem me conhece sabe que sou de poucas palavras, no passado, quando eu tinha que fazer algum discurso mais formal era sempre o Dirceu quem fazia o roteiro para mim e depois eu dava o meu toque pessoal. Agora estou aqui para falar dele! Não é tarefa fácil por causa da importância que ele teve em nossas vidas, em minha vida.

Assim que o Márcio Simeone nos falou da intenção de fazerem essa homenagem para o Dirceu já começou a despertar em nós um sentimento de nostalgia, pois sabíamos que esse momento seria muito forte para todos. Quando estava preparando essas palavras fiquei pensando em como poderia descrever o Dirceu: era um homem de muita fé, isso é inegável, um homem de coração puro, que, com certeza, está diante de Deus, pois foi o próprio Cristo quem nos disse “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”. Era muito corajoso, durante seus 5 anos de tratamento nunca o vimos reclamar ou desanimar, pelo contrário, sempre dizia “temos mais uma luta pela frente”. Tinha muita esperança no coração e a cada virada de ano vinha um pedido: “que eu possa viver mais um ano”. Era um homem que amava imensamente a família, era o ponto de união entre todos. E os amigos? Como ele gostava de seus amigos!!! E a Academia de Letras? Quem conviveu com ele naquela época sabe da importância que ela teve em sua vida. A vida dele foi curta, mas a viveu intensamente.  

Hoje pudemos revê-lo, ouvi-lo, matar um pouco da saudade, ou talvez aumentá-la. Um sentimento contraditório, alegria e tristeza ao mesmo tempo. Mas não é assim a vida de um poeta? Enfim, queremos agradecer a todos por esse momento especial, saber que depois de 22 anos de sua partida ele ainda é lembrado, realmente imortal. Para nós, seus familiares, fica a certeza de que ele cumpriu a sua missão na vida. Como diria o poeta Francisco Otaviano, “não passou pela vida em branca nuvem”.

Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem, e não homem,
Só passou pela vida, não viveu.

(Francisco Otaviano)

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Um comentário:

  1. Concordo! Dirceu foi uma pessoa de muita fé, coração puro, coragem. Amou e viveu intensamente. Muitas saudades deste querido amigo!

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