ESTRELINHA
Dirceu Mendonça
Estrelinha, estrelinha,
Tu que estás no céu a brilhar,
Gostaria de te tocar com minhas mãos,
Mas estás ai, distante.
Obrigas-me a voar,
A imaginar coisas que não sou
E que um dia nunca serei.
Estás aí em cima a me fitar,
Como que dizendo: imaginai, poeta.
Amai, poeta, que serás capaz de tudo.
Foge deste teu mundo de preconceitos.
Liberta a ti mesmo e serás capaz de segurar-me.
Vê, poeta, as coisas não são tão complicadas.
Os homens inventam mil mentiras para se justificarem.
Tu poeta, como um arauto que és do lirismo, deves amar.
Faça de tua obra, ó poeta, um espelho de teu coração.
Mostra para o mundo que és diferente.
Talvez as pessoas ao teu lado não se comovam... isso não é o importante.
O que importa é que és um poeta.
Só assim é que as gerações futuras te compreenderão.
Só assim é que nunca serás um retrato calado na parede.
Sê poeta e me terás sempre dentro de ti.
Belo Horizonte, 06/06/90
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A Academia de Letras de Pará de Minas homenageia o poeta Dirceu Mendonça Álvares da Silva. Fundador da ALPM, ocupou a cadeira de n.ª 1. Falecido em 2002, Dirceu estaria completando em 12 de outubro de 2024 70 anos de idade.
Na foto (acervo de família), Dirceu Mendonça em 1959.
Grande Santo
ResponderExcluirMuita saudade!
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