No dia 4 de julho deste ano, mandei a bênção de São Francisco pra Hila, dizendo que estava com saudades e desejando a ela um dia cheio da presença de Deus. Então, ela me mandou uma cartinha linda e bem-humorada, que serviu de mote para este texto.
Então, querida Hila, o frio chegou sim, mas bem discreto! À tardinha, esfria bem. A noite pede pijama, meia e coberta; de dia, fico bem sem agasalho. Amanhã, vou pra serra da Mantiqueira, atrás do frio de verdade! Por isso, vou deixar pra te responder quando voltar, tá? Grande abraço.
(10 dias depois)
Hila do céu!!! Olha só... comecei a te responder na ida para Visconde (de Mauá), mas não consegui terminar, por causa da viagem. Te respondo agora.
Você me disse que seu “coração andou batendo descompassado”, né? E justo com você, ritmista que entende do assunto. É, amiga, com o avançar dos anos, “qualquer novidade assusta” mesmo. É como você diz, “a cada baque descemos um degrau”. E aí, “desce dois degraus, melhora, sobe um”, e assim vai. Não tem cristão que escape! Também “acho que funciona assim”, quando chega a madureza, “e assim segue a vida, louvado seja Deus!” Para sempre seja louvado! Mas, mesmo com essas ziquiziras, tem uma boa coisa: coração de ritmista é esperto. Já, já pega o ritmo e o descompasso se desfaz. Este é meu desejo cordial para o seu tambor do peito, que precisa e deve ser tratado com cordura e paciência, além dos remédios e demais cuidados, claro!
Puxa! Família crescendo só pode ser coisa boa, Hila! Então, seus netos casados já te deram “Luna, Dexter, Thomas e Paçoca”, quatro bisnetos de quatro patas. Imagino a festa quando todos se juntam! Quanto ao seu preferido, o Paçoca (segredo nosso!), foi adoção mútua na certa. E ele te adotou primeiro, vai por mim. Fico imaginando suas sextas-feiras na companhia desse “amor de cachorro”! Por isso, quando você me diz que “o pior é a afeição que criamos com estes bichos”, sei que esse pior aí é só jeito mineiro de dizer o contrário do que quer dizer divera, né? É mesmo muita coisa “que a gente nem pensava passar”, mas é bem interessante o processo. Veja só, eu tive só dois filhos; minha mãe, teve sete; minha avó, teve o dobro de minha mãe; minha bisavó, mais ainda que minha avó. No meu caso, já estou aguardando os netos há algum tempo, mas vejo que a vida ficou muito mais complexa, cê não acha não? Ter filho hoje em dia é um ato de muita coragem, Hila! É menos desafiador lidar com "meninos" peludos, que dão muito e necessitam de pouco.
Ah, The Chosen? Sim, vi as 3 temporadas e ontem comecei a ver a 4ª. Como você, também acho que “é das filmagens mais lindas que já vi na vida”. E o bom é que é uma série, né? Um filme sobre Jesus, mesmo longo, deixa muita história pra trás. Até acho que muita coisa não aconteceu do jeitinho que eles contam não, mas a essência da mensagem tá ali, preservada e transmitida. É muito lindo ver as expressões... os gestos... a voz daquele Jesus. Se parecem tanto com o Jesus que reconheço no Evangelho! Eu estranho católicos que condenam a série, sabe? Melhor, não estranho não. Só lamento mesmo.
Já reparou, Hila, gente de muitos dons tem mais sofrência. Sofre o dilema de ter de escolher uma coisa boa no meio de muitas outras. No seu caso: escrita, “costuras, bordados e tricôs”, né? Escrever ou costurar e bordar? Escrever ou tricotar as meias e toucas para os pacientes da hemodiálise? Eu nem sabia que eles “o ano todo sentem frio” por causa da sala mantida a baixa temperatura. Haja pés, haja frio, “haja meia de lã”! Mas “um par por dia” é uma boa produção, sem dúvida! Só me ocorreu uma coisa… As meias aquecem os pés, e as histórias, o coração. Acho que os pacientes iam amar histórias quentinhas também, o que você acha?
Quanto ao computador, ave Maria, Hila! “Ele é traiçoeiro” mesmo!!! Tem um soft que é hard e um hard que não é pro nosso bico não! Aquele monte de circuitos e placas... Só Jesus!! Simpatizar com o dito cujo carece esforço. Mas fico feliz que tenha pensado em trazer de volta a “máquina de escrever” da casa de Furnas. Certamente, ela é mais confiável, pois não “se aproveita de um esbarro e deleta tudo” rsrsrs. Vou ficar na torcida pra que você tome “gosto de novo” pela afeição antiga, como fosse o primeiro amor.
Então, é isso, querida! Tenho fé que ainda nos encontraremos e celebraremos, com alegria e gratidão, a amizade. Perdoe-me a demora na resposta. Acho que você me entende. Darei o seu abraço no meu João e mando outro para o seu João também!
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